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quinta-feira, 21 de junho de 2012

Gerenciamento de desperdícios: contribui para a geração de valor para as organizações


O que não agrega valor ao produto é desperdício e precisa ser eliminado.
Gerenciar desperdícios contribui para melhorar a produtividade e a qualidade dos produtos e serviços, além de minimizar danos ambientais, gerando maior valor para as cadeias produtivas.
O objetivo da eliminação do desperdício caracteriza uma produção que acrescenta valor financeiro e ambiental.

Toda produção de bens e serviços é direcionada para a satisfação plena do cliente o que requer diversas estratégias em um ambiente competitivo. E ser competitivo geralmente implica em aumentar a capacidade de oferecer os produtos que os clientes querem, pelos preços em que estão dispostos a pagar, no momento que eles querem. Tudo isso implica em produzir com custos menores, qualidade superior, ‘lead times’ curtos, para garantir assim rentabilidade maior ao negócio.
Seguindo o principio de “Lean Thinking" (ou "Mentalidade Enxuta") desperdícios envolvidos nas atividades do negócio não geram valor para os clientes e, portanto não proporciona resultados para a organização.
Os desperdícios muitas vezes são encobertos devido a complexidade das organizações e de seus processos produtivos. Questões ambientais como as emissões de gases, geração de resíduos, contaminação de mananciais, uso excessivo de recursos hídricos e energéticos freqüentemente não são identificadas como desperdícios do processo produtivo e, consequentemente, de recursos financeiros.
Sob tal ótica a poluição é entendida como custo para a indústria e não erroneamente como algo inevitável a produção. É o uso ineficiente de matéria-prima e energia que não são transformadas em produto, devido a perdas ao longo do processo. São, portanto recursos naturais e trabalho mal empregado que não irão agregar nenhum valor, e ao contrário geram externalidades negativas para toda a sociedade e contribuem para decair o valor presente e futuro das organizações.

A poluição é[1]:
  • Matérias-primas não convertidas em produtos, por falta de eficiência na produção ou na conversão da matéria-prima, ou produtos mal projetados.
  • Perdas de matérias-primas e/ou produtos, devido a especificações de produtos mal feitas ou gerenciamento de estoques inadequados.
  • Derramamentos e desperdícios ao longo do processo produtivo, por falta de gerenciamento adequado, falta de treinamento de pessoal, manutenção preventiva insuficiente ou inadequada, layout mal planejado.
  • Acidentes, por falta de planos de prevenção, planos de riscos e atendimento a acidentes adequados.
  • Perdas de recursos energéticos e hídricos ao longo do processo, por falta de eficiência no planejamento, projeto ou uso de energia e água.
A produção mal planejada traz consigo diversas conseqüências ambientais e financeiras. Por exemplo:
  • A fabricação de itens sem necessidade de produção acarreta em maior quantidade de matérias-primas e insumos consumidos sem necessidade. Os produtos extras precisam ficar estocados ocupando espaço, aumentando a utilização de energia para aquecer, resfriar e iluminar área de estocagem. Aumenta o uso de embalagens para armazenar. Aumenta a necessidade de movimentação, consequente maior utilização de energia para transporte, emissão de gases. Produtos em estoques podem deteriorar ou tornarem obsoletos sujeitos à eliminação. Por sua vez acarreta em demanda por mais materiais  para substituir os estoques danificados.
Além da perda de lucratividade e competitividade, o desperdício no processo produtivo tem como resultado final o aumento descontrolado de resíduos, e com este os custos para destinação e eliminação e, principalmente, custos com o passivo ambiental gerado. Resíduos, efluentes ou emissões gasosas, significam matérias-primas que foram desperdiçadas na produção, que além de prejuízos econômicos significam danos ambientais.
Dessa forma a eliminação de desperdícios elimina a ineficiência do processo produtivo e conduz a oportunidades de minimização de impactos ambientais.
Gerenciar desperdícios envolve o planejamento das atividades para a otimização de todos os processos envolvidos na plena satisfação do cliente e começa na concepção e projeto de um produto. No planejamento podem-se definir características dos bens e serviços que impactarão ao longo de todo o seu ciclo de vida, como matérias primas e processos menos impactantes e mais eficientes.
Quando se elimina os desperdícios benefícios ambientais vem acompanhado de retornos em qualidade e produtividade. Por exemplo:
  • Processos mais eficientes para eliminar refugos melhoram a qualidade do produto, reduzem a quantidade de água, materiais e energia utilizados para o aquecimento, resfriamento, iluminação e manutenção dos locais de trabalho e emissões de gases que haveria com a necessidade de retrabalhos. Reduzem a pressão sobre os recursos naturais.  Reduz os resíduos e seus custos ambientais e financeiros para a disposição. Diminuem-se os prazos para entrega dos produtos e custos de produção.

Para sustentar a eliminação de desperdícios e melhorias continuas para preveni-los é necessária, antes das ferramentas técnicas, transformar a maneira de se pensar a empresa. A mudança cultural é a base para o aprimoramento dos processos. 
As soluções surgem em consonância ao envolvimento dos colaboradores, ao trabalho de equipe, da motivação das pessoas, conscientes da importância da sua contribuição no aprimoramento dos processos.
O gerenciamento de desperdícios estimula a criatividade para desenvolver e inovar processos que melhorem a eficiência e a eficácia do sistema produtivo e ao mesmo tempo, contribua para a sustentabilidade dos negócios.


[1] GASI, T. M. T., FERREIRA, E. - 2008 Produção Mais limpa. In MODELOS E FERRAMENTAS DE GESTÃO AMBIENTAL. Org. Demajorovic, J. Ed. Senac, São Paulo.


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