No ambiente corporativo,
o compromisso com a produtividade crescente no curto prazo, exige profissionais
multifuncionais, capazes de intensificar o ritmo de trabalho para cumprirem
metas cada vez mais audaciosas. Trabalhadores polivalentes (com salários
hipovalentes) esforçam-se para driblar as pressões cotidianas, e manterem-se em
seus postos de trabalho.
A pressão
para cumprir metas a todo custo, muitas vezes leva gerentes a comportamentos
agressivos, abusivos e humilhantes, dentro de um clima permissivo, criado pela
própria organização, para punir profissionais que não atingem suas metas.
Está
aumentando a exposição sistemática dos trabalhadores a fatores de riscos
psicossociais, como pressão para produção, formas de intimidação e de controle,
em ambientes marcados por cobrança desmedida, desrespeito, constrangimento,
ofensa, comentários depreciativos, perseguição, agressão, punição, represália e
humilhação.
É a prática
do assédio moral, que pode ser classificado em 4 categorias: o isolamento, caracterizado por ignorar a
presença do trabalhador, impossibilitar a sua comunicação e o dialogo; a dignidade violada, caracterizada por gestos
de desprezo e insinuações desdenhosas, zombarias, injurias, atribuição de
trabalhos degradantes; o atentado as
condições de trabalho, caracterizado por dar instruções impossíveis de
executar ou não explicar toda a tarefa ao trabalhador, privá-lo de informações
uteis ou acesso aos instrumentos de trabalho para executar sua atividades, criticar
seu trabalho de maneira injusta ou exagerada, retirar o trabalho que lhe compete,
atribuir-lhe sempre novas tarefas inferiores às suas competências, agir de modo
a impedir que obtenha promoção; e, a violência
verbal, física e sexual, caracterizada por invasão de privacidade, espionagem,
ameaças de violência física que podem chegar à agressão, empurrões e gritos ou agressões
sexuais.
O assédio
constante é uma sobrecarga psicológica para o trabalhador que pode colocar em
risco sua integridade emocional e ter reflexos além da vida profissional, em
sua vida pessoal, familiar e social, podendo até suscitar transtornos mentais.
A incidência
desses transtornos está aumentando em trabalhadores e, segundo estudos, estão
entre as principais causas de perdas de dias no trabalho. Os transtornos
mentais leves causam em média perda de quatro dias de trabalho/ano e, os mais
graves, cerca de 200 dias/ano.
A
Organização Mundial da Saúde sinaliza a depressão como a principal causa de
perda de trabalho no mundo, projetando que antes do ano de 2020, ela aparecerá
como a principal causa da incapacitação de trabalhadores. No Brasil, é a 4ª
maior causa de afastamento do trabalho.
Juntamente
com a prevenção das doenças físicas, cresce o desafio de enfrentar os riscos
psicossociais nas empresas. É necessário incluir programas de prevenção ao
assédio moral, para tornar o trabalho, parte importante da existência humana,
em algo a ser vivenciando com dignidade e significado.
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